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segunda-feira, abril 05, 2004

Mãos 

Tenho saudades daquelas mãos.
Recordo-me delas a cada dia que passa e, de há alguns dias para cá, relembro-as de formas especial.
Ajudaram-me a começar a andar, estiveram sempre ali para evitar as minhas quedas ao longo da vida. E quando, mesmo assim, eu caí ajudaram-me a levantar.
Fizeram-me os primeiros carinhos e fizeram-me sentir também a primeira dor.
Trouxeram-me o primeiro sentimento de amor.
Seguraram-me quando podia ter morrido e foram as que mais me aplaudiram.
Passeei por elas pelo mundo. Levaram-me a tantos sítios, que não me recordo de todos.
Com elas a orientarem o meu caminho, ia confiante a qualquer lugar.
Mesmo de longe deram-me força.
Eram fortes, vigorosas, sinceras, leais e sempre abertas para me receber e proteger.
Os primeiro e último gesto do dia eram também para mim.
Há muito tempo que não as sinto, mas delas ficou a memória.
Lembro-me da temperatura, do perfume, da pele macia, de tudo o que traziam em cada toque. Lembro-me dos dedos, das unhas cuidadas e brilhantes, da habilidade.
Usámo-las na despedida.
Sinto-lhes tanto a falta que, em determinados momentos, penso que não sei viver sem elas e peço que, onde estiverem, me apontem o caminho. Mas agora não as vejo nem as sinto e se as imagino, sofro.
Hoje precisava delas, chorei por elas!
Queria senti-las a passar no meu cabelo e a apontarem-me a direcção...

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