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segunda-feira, agosto 30, 2004

Segunda, terça, quarta, quinta... 

Gosto tanto da lua e tão pouco da segunda-feira que não sei como aquela aceitou amadrinhar esta e deixar que o pior dia da semana usasse o seu nome. Se calhar em Espanha (lunes), França (lundi), Inglaterra (monday) e noutros países onde a segunda-feira usa o nome da lua, a coisa não é tão grave. Se em português se chamasse lua-feira podia ser que o dia custasse menos a passar.
A propósito, sempre me intrigou esta coisa das “feiras” nos dias da semana. Para mim dias de feira são os sábados e os domingos – tirando a de Carcavelos que é à quinta-feira – não há, que eu conheça, feiras dignas de assim se chamarem que não sejam ao sábado ou ao domingo. Veja-se a do Relógio, a de Cascais, a de São Pedro de Sintra, etc.
Convém reconhecer aqui a minha ignorância sobre a origem da denominação dos dias da semana na língua portuguesa. É que muito embora me intrigue há já muito tempo, nunca me dei ao trabalho de ir averiguar o motivo. Pura preguiça!
Podíamos ter seguido as maiorias e os dias seriam: lua-feira, marte-feira, mercurio-feira, jupiter-feira, vénus-feira, saturno-feira, sol-feira. Isto se a referência às feiras for mesmo importante porque, caso contrário, podíamos ter misturado os planetas com parte de “Maria”, nome que nos é tão querido, e ficava: luaria, marteria, mercuriaria, jupiteria, venusaria, saturnaria e solaria.
Ai que disparate que para aqui vai... mas acho que sei o que se passa: afinal hoje é segunda-feira!

Despenalize-se mas não se achincalhe!  

Há coisas demasiadamente sérias para serem tratadas sem rigor e com insensatez. Sobre a questão do aborto convém dizer que me parece absolutamente criticável o recurso a tal solução como método de controlo da natalidade. Mas cada um(a) sabe de si e num sistema penal como o português, em que a classificação de uma determinada conduta como crime e a consagração da respectiva sanção, têm por finalidade proteger os indivíduos das pessoas consideradas perigosas para a sociedade, não faz sentido a penalização do aborto. A meu ver a mulher que aborta não constitui qualquer espécie de perigo para a sociedade.
Não se justifica a previsão da aplicação de uma pena de prisão a uma mulher que, sabe-se lá em que circunstâncias e sobretudo com que dor, opta por interromper a sua gravidez e desta forma renuncia a um filho. Evidentemente que não ignoro que muitas o farão sem qualquer espécie de remorso e até quase na ignorância do acto que praticam. Recordo-me, a propósito, de ter ouvido há uns anos, no tempo de antena dos partidos políticos em época de campanha eleitoral – no caso do MRPP, se não estou em erro – uma militante com um misto de orgulho pelo facto e revolta pelas circunstâncias, dizer em voz estridente para os telespectadores que a viam, que tinha feito 18 abortos a si própria com uma agulha de croché. Com isto a dita senhora congratulava-se com o fim do Estado Novo e a mudança de regime. Assumia-se como uma vítima da falta de liberdade. Decorridos 30 anos estamos como se vê.
Outro assunto bem diferente é o “negócio” montado por quem ganha fortunas a fazer abortos sem meios que garantam os cuidados médicos indispensáveis a quem se entrega nas suas mãos. Exploradores da condição alheia com o único objectivo de ganhar uns valentes euros seja lá a que custo for, com o mínimo de investimento possível. Para estes já me parece que o direito penal pode guardar um cantinho no respectivo código garantindo-lhes um quartito atrás das grades por alguns anitos.
E agora o navio. Começa pelo nome e o verdadeiro “born deep” e o que lhe chamamos por cá: “barco do aborto”. Uma associação de péssimo gosto à série de televisão “Barco do Amor”. Depois o alarido. Se fosse noticiado de uma forma séria as pessoas entenderiam um pouco melhor o objectivo de tal digressão. A questão é que este género de iniciativas tem sempre associada uma dose de histerismo absolutamente insuportável.
Convém, acima de tudo, ter presente em todas as discussões públicas sobre o tema e nomeadamente em futuros debates prévios a um eventual referendo que por aí volte, que uma coisa é a reprovação do acto e, como já disse, o recurso ao aborto como forma de controlo da natalidade, outra, bem distinta, é a consagração de tal conduta como um crime previsto e punido na nossa lei penal. Basta de falsos moralismos!
Outra abordagem do assunto é feita pela vieira, aqui.

sexta-feira, agosto 27, 2004

Bom fim-de-semana 

Que eu vou acabar de usufruir de uns dias de férias com aqueles que ainda as têm.
Agora sim, parece que a água está quentinha para banhos. A praia chama-me para mais dois dias de sol e calor.
Além disso parece que há um Castelo que tenho de ir ajudar a fechar.

How to make a Rés 

Fiquei a saber aqui que resulto da seguinte mistura:

Ingredients:
5 parts pride
3 parts arrogance
3 parts joy

Method:
Stir together in a glass tumbler with a salted rim. Add caring to taste! Do not overindulge!

mas tive de "me" fazer à mão porque dava um erro que não conseguia apagar.

3 de uma vez 

Iniciado o processo para deixar de fumar. Três cigarros seguidinhos antes de ir para a cama para ver se me "entupo" de nicotina e alcatrão de forma a não ter vontade nenhuma amanhã.
O pior é que marchava já o quarto. Só de pensar que será o último dá vontade de fumar um maço inteiro sem parar.
A ver o que isto dá.
Nos próximos dias estarei intratável. E pior, nos primeiros tempos, além dos cigarros, terei de abolir tudo o que dê vontade de fumar: café, alcoól, grandes repastos, conversas à mesa depois das refeições.
Ai a minha vida!

quinta-feira, agosto 26, 2004

O Tomás! 

Este relato deixou-me triste, comovida e, no entanto, feliz por perceber que há pessoas valentes e com muita esperança, para ajudar quem necessita. Um misto de sentimentos que impôs que aqui fizesse referência ao herói, guerreiro e vencedor Tomás e à heroína, guerreira e vencedora mãe do Tomás. Sem conhecer estas pessoas admiro-as e sinto-me solidária com as suas dores.
Não sei nada sobre a doença de Addison e resta-me a impotência que se revela neste simples post e nada mais.
Cheguei à história do Tomás pela Crack, quando ontem actualizava os links daqui do lado, e durante o dia de hoje pensei recorrentemente naquela família e na aflição que devem ter passado nos primeiros tempos de vida daquele bébé.
Ao que parece, o Tomás está bem e a crescer normalmente. Tem uma mãe cheia de amor para lhe dar e só assim terá evoluido contra os diagnósticos mais assustadores, ultrapassando as limitações que lhe pareciam inevitavelmente destinadas.
Uma prova de amor para uma história de amor!

Que livro? 

Como tinha planeado, li alguma coisita durante as férias. Na primeira semana apenas adiantei umas quantas páginas do EQUADOR - leitura atrasada do ano passado - no meio da agitação dos amigos da primeira quinzena e lá terminei na segunda semana o romance do Miguel Sousa Tavares que arrebatou meio Portugal. Atirei-me de seguida ao CÓDIGO DE DA VINCI, de Dan Brown, que me prendeu até à última página. Não sei se pelo conteúdo ou se pela técnica de escrita - o suspense usado no final de cada capítulo - ou se por ambos. Afinal a expectativa de encontrar o Santo Graal não é para menos. A propósito e para os interessados, o Canal História está a emitir um documentários sobre o assunto.
Depois reli Gabriel Garcia Marquez nos CEM ANOS DE SOLIDÃO.
Mas e agora? Não sei em que livro pegar. Que vazio! Quero qualquer coisa que me prenda, que me encha os tempos, que me faça pensar nos personagens e na história mesmo quando não estou a lê-lo. Já pensei reler OS MAIAS, ou outro do Eça de Queirós, mas o que me apetecia mesmo era um livro novo com uma história bonita. Aceito sugestões de quem possa e queira ajudar-me na nova escolha.

Quinta das Celebridades e seus habitantes 

Hoje uma das frases que mais ouvi foi: “anseio o início da transmissão do programa Quinta das Celebridades”. Pois eu confesso que também. O elenco promete: Zézé Camarinha, Cinha Jardim, Elsa Raposo (estas que dizem que não querem misturas com aquele e não aceitam participar conjuntamente com o pobre Zézé), José Castelo Branco... Nem sei bem em que consiste o programa. Imagino que tenha algumas semelhanças com o Big Brother com a diferença de ser numa quinta e, por isso, dos concorrentes poderem andar ao ar livre e terem de semear batatas, ordenhar vacas e dar milho às galinhas que depois matarão para delas fazer uma bela canja, levar as cabras a pastar... Enfim, terão de acordar com o galo para terem tempo de fazer tudo o que se impõem numa quinta. Veio este assunto na sequência de uma entrevista dada à revista Caras pelo José Castelo Branco na qual ele, à pergunta “do que sentirá mais falta (quando for lá para a quinta)?” respondeu: “do que vou sentir muita falta, nem quero pensar muito no assunto, é da minha Betty...”. Mais à frente quando o entrevistador lhe perguntou: “acha que as mentalidades estão preparadas para alguém tão extravagante quanto o José?” respondeu “... Não sou único no mundo nem uma aberração. Não ando de cabelo verde nem de piercings a chocar meio mundo...”.
Será, pergunto-me eu, que se andasse com o tal cabelo verde e os ditos piercings chocava menos?!

Determinação 

Amanhã (ou sábado) isto muda de figura. Ai muda, muda!
E depois, quem me atura? Nem eu própria...

quarta-feira, agosto 25, 2004

Mais outro artista que nos deixa... 

Isto este ano está mesmo mau. Lá se foi também o José Carlos que fabricava Cinderelas!
Não que elas fiquem descalças, que o Tenente e os Alves/Gonçalves não deixam o assunto por mãos alheias. Mas lá que é uma perda para os trapitos, é!

Alguém viu por aí a Olga Korbut? 

E depois uma pessoa é confrontada com certas e determinadas situações com que tem de revoltar-se... Antigamente, ainda no tempo em que a televisão estava sempre de luto, papava os Jogos Olímpicos por inteiro. Ah, pois era! Não falhava uma transmissão e não dava por falta de nada. Agora, não sei o que se passa que não vi nada de jeito. Cá para mim eliminaram as provas de ginástica feminina e nem sequer anunciaram. Não vi as Olgas Korbuts, nem as Nelli Kims, nem as Nadias Comanecis.
Também não vi os saltos ornamentais que a mim me parece ter sido igualmente modalidade excluída destas olimpíadas.
Vale-me que uns portugueses e outros meios-portugueses lá vão levando Portugal a subir um ou dois degraus, a pôr um colar ao pescoço e umas ervitas aromaticas na cabeça.

Um à parte que não passa duma coisa que me anda cá a intrigar há uns anos valentes: porque será que no atletismo - corrida - quem se destaca são, geralmente, os desgraçados dos países mais pobres? Veja-se o campeão Hicham El Guerrouj que é lá de terras mais a sul e tem um ar de fome de meter dó.

À força e muito contrariada, mas cá estou! 

Pois lá teve de ser. O meu corpinho bronzeado e descansado voltou ao trabalho na segunda-feira passada. Eu lá tive de vir com ele, muito contrariada mas teve de ser, que fui logo avisada que corpo e alma são inseparáveis. Arrastada por braços, pernas e cabelo lá cumpri o ritual da generalidade das manhãs interrompido por apenas 15 dias. Custou como o raio!
Já ia passada uma boa parte da segunda-feira quando percebi que me tinha esquecido de uma coisa fundamental. Sou assim, uma distraída exemplar, deixo sempre qualquer coisa importante por onde passo. Desta vez deixei a minha capacidade de trabalho na casa de férias... Vai daí segunda foi o que foi, terça foi o que se viu e hoje lá chegou a dita com a força toda a querer andar mais depressa que o meu corpo. Pudera, teve mais dias de férias e agora, toda lampeira, pavoneia-se à minha frente a mil-à-hora e a querer que eu acompanhe o ritmo.
Por estas e por outras é que na sexta-feira volto para descansar dois dias e essa gaja fica cá sozinha para mostrar o que vale!

quinta-feira, agosto 05, 2004

Parar! 

Estava mesmo necessitada. Este ano de trabalho intenso que deixo para trás dá-me agora o direito a uma pausa. Uma pausa muito merecida, porque trabalhei muito e empenhei-me demasiado. Vão ser apenas duas semanas. Deviam ser pelo menos três mas os vinte e dois dias requerem uma boa distribuição ao longo dos trezentos e sessenta e seis deste 2004.
Mentalmente, além da quebra do calendário de 31 de Dezembro, divido o ano em duas fases: antes e depois de férias. O período que fica para trás faz parte de um passado que quero esquecer quanto antes. É um dos objectivos de férias. Sou positiva e optimista mas não há quem resista a tanta contrariedade. Perdi pessoas queridas que não vou ver mais, não vi os meus mais queridos concretizarem os desejos mais legítimos, não tive tempo para viver das 18:00 às 00:00. A minha saúde só esteve por aqui em part-time, vi amigos sofrerem uma tristeza sem fim.
Acho que os anos com mais um dia são anos maus! O 29 de Fevereiro não fazia falta nenhuma.
Não me deixam saudades os meses que ficaram para trás, consola-me pensar que depois de férias tudo mudará.
A semana que se segue será a mais agitada. Os amigos da primeira quinzena que convocam para companhia, a casa cheia porque a porta está sempre aberta para mais um, as festas e jantares já combinados... enfim, tudo o que se pretende para descontrair e deixar para trás o fardo dos meses passados.
A semana seguinte mais tranquila e aconchegada. Aliás, fui avisada e aconselhada no trabalho, que é bom que aproveite mesmo para descansar. Nem necessitava de aviso, há muitos anos que não desejava tanto a chegada do dia que antecipa esta paragem.
Os planos são: namorar, dançar, ler, pintar, comer, beber, dormir, conversar, silenciar, bronzear, nadar, preguiçar, recuperar... Tudo em muito boas e grandes doses.
Já sei que a fadinha do lar que há em mim não vai de férias mas pode ser que só queira a minha companhia em doses q.b.
No regresso espero vir recuperada de corpo e alma.
Aos que por aqui vão passando - com algumas, ainda que poucas excepções - desejo umas excelentes férias.
Aos que aqui vêm de quem não gosto, desejo umas férias infernais de parque de campismo nos arredores de Lisboa de intermináveis filas para a banhoca, com os canos das casas de banho (duches e retretes) entupidos, sistemáticas faltas de água, os candeeiros a fundirem-se, as baterias dos carros a pifarem, os motores a deitar fumo nas filas para a praia, as geleiras a descongelar, uma nuvem a desabar em cima da tenda, muitas moscas, melgas e mosquitos resistentes ao repelente, chapéus de sol a levantar voo e a partirem-se, colchões de praia a furarem. Que as tiras das chanatas se rasguem, que engordem até às barrigas não caberem nos calções, que apanhem gripes, escaldões e insolações, que tenham indigestões, comam ovos com salmonelas, que tenham uma real caganeira provocada por uma feijoada estragada. Sei lá! Umas férias inesquecíveis!

NAU CATRINETA  


Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar
São Paulo Portas à proa
Santanás a comandar
Ouvi agora senhores
Uma história de pasmar

D. Bagão conta o pilim
D. Morais trata das velas
D. Guedes limpa com VIM
Tachos, pratos e panelas

D. Pereira na enfermaria
Conta pensos e emplastros
E o D. António Mexia
Põe vaselina nos mastros

D. Durão deu à soleta
Enjoou de andar à vela
E Santa Manuela Forreta
Largou-os sem lhes dar trela

Aflito El-Rei Sampaio
Com estas novas tão más
Disse aos bobos de soslaio
Chamai lá o Santanás

Aqui estou meu Senhor
Vós mandasteis-me chamar?
Soube agora desse horror
D. Durão vai desertar?

Cala-te lá meu charmoso
Não me lixes mais a vida
Troco um cherne mal-cheiroso
Por um carapau de corrida?

Pobre da Nau Catrineta
Já lamento a tua sorte
Esta marinhagem da treta
Nem sabe onde fica o Norte

Parece que já estou vendo
Em vez de descobrir mundo
Ao primeiro pé de vento
Espetam com o barco no fundo

Ou então este matraque
Com pinta de Valentino
Gasta-me a massa do saque
Nas boîtes do caminho

Não se aflija meu Rei
Que agora vou assentar
Pois depois do que passei
Cheguei onde quis chegar

E por aquilo que passei
Aqui ninguém nos escuta
Eu quero mesmo é ser Rei
E vamos embora à luta

Recebido por e.mail
Genial mesmo! Parabéns ao autor que desconheço.

quarta-feira, agosto 04, 2004

Parece que estou de férias... 

... mas não estou! Os meus colegas de trabalho é que estão quase todos...
E eu praqui na lufa-lufa. Ufa!
O que vale é que só faltam dois dias.

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