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terça-feira, abril 06, 2004

Paciência. Virtude ou defeito? Nem um nem outro. 

A todo o momento é-nos dito ou pedido – até exigido – que tenhamos paciência!
Paciência para esperar nas filas de atendimento ou de trânsito. Paciência para suportar a companhia de multidões no metro, para conviver com quem não nos agrada. Paciência para ultrapassar o sofrimento.
No final, parece que o que nos é pedido é que nos resignemos em deixar o tempo passar. Paciência, diz o dicionário, é “virtude que consiste em suportar os males ou os incómodos sem queixume e com resignação; qualidade de paciente (...)”.
Paciência tem a ver com a capacidade de cada um em se resignar, em se conformar ou tolerar e vem sempre associada a coisas menos boas. Para as boas não nos é exigida a dita paciência.
E que virtude, que qualidade, há em ser paciente?
E se pensarmos que paciência se reduz a aguentarmos uma situação que não desejamos, com a qual não nos conformamos e que podemos fazer alguma coisa para alterar?
Neste caso que virtude há em ser paciente?!
Melhor será que o dicionário deixe de conter este género de juízos de valor: virtude/defeito.

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