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segunda-feira, maio 17, 2004

Entre a verdade e a mentira 

Andava eu enrolada nos meus pensamentos a discorrer sobre a verdade e a mentira quando, na Notícias Magazine desta semana, o Prof. Eduardo Sá escreve sobre um tema tangente: a verdade e a autenticidade. Não me sai da cabeça desde que o li. Ando a precisar destas definições. Não é que tenha ficado esclarecida, mas encontrei um escape na autenticidade.
Para mim é pacífico que a verdade, ainda que difícil de dizer ou ouvir – a verdade cruel – é sempre melhor do que qualquer mentira que seja dita para não magoar – a mentira piedosa. Eu própria, que odeio a mentira, fui aprendendo a enfeitar a verdade com pó-de-arroz, quando ela é dura e a dizer uma mentirinha aqui e ali, quando entendo que a verdade não é bem aceite ou vai causar sofrimento. Há ainda o caminho da omissão que algumas vezes não é o da mentira mas é sempre o da falta de verdade...
Entre uma verdade e uma mentira, gosto sempre muito mais de ouvir e poder dizer a verdade. Dura e crua mas é da verdade que gosto.
Depois há o mentiroso e o verdadeiro. A considerar que o verdadeiro é o que nunca mentiu, não sei se existe alguém que possa ser assim classificado. Seremos todos mentirosos? Bom, potenciais mentirosos posso concluir que sim. Então seremos todos falsos? Isto já me parece exagero. Há pessoas genuínas! Só assim tolero alguma falta de exactidão vinda das pessoas de quem gosto e me estão próximas mas que lá vão cometendo o deslize de faltar à verdade.
É tudo uma questão de semântica mas ainda assim encontrei algum conforto em equacionar seriamente a hipótese de que mesmo quem mente – com conta peso e medida – pode ser autêntico.

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