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quinta-feira, agosto 05, 2004

Parar! 

Estava mesmo necessitada. Este ano de trabalho intenso que deixo para trás dá-me agora o direito a uma pausa. Uma pausa muito merecida, porque trabalhei muito e empenhei-me demasiado. Vão ser apenas duas semanas. Deviam ser pelo menos três mas os vinte e dois dias requerem uma boa distribuição ao longo dos trezentos e sessenta e seis deste 2004.
Mentalmente, além da quebra do calendário de 31 de Dezembro, divido o ano em duas fases: antes e depois de férias. O período que fica para trás faz parte de um passado que quero esquecer quanto antes. É um dos objectivos de férias. Sou positiva e optimista mas não há quem resista a tanta contrariedade. Perdi pessoas queridas que não vou ver mais, não vi os meus mais queridos concretizarem os desejos mais legítimos, não tive tempo para viver das 18:00 às 00:00. A minha saúde só esteve por aqui em part-time, vi amigos sofrerem uma tristeza sem fim.
Acho que os anos com mais um dia são anos maus! O 29 de Fevereiro não fazia falta nenhuma.
Não me deixam saudades os meses que ficaram para trás, consola-me pensar que depois de férias tudo mudará.
A semana que se segue será a mais agitada. Os amigos da primeira quinzena que convocam para companhia, a casa cheia porque a porta está sempre aberta para mais um, as festas e jantares já combinados... enfim, tudo o que se pretende para descontrair e deixar para trás o fardo dos meses passados.
A semana seguinte mais tranquila e aconchegada. Aliás, fui avisada e aconselhada no trabalho, que é bom que aproveite mesmo para descansar. Nem necessitava de aviso, há muitos anos que não desejava tanto a chegada do dia que antecipa esta paragem.
Os planos são: namorar, dançar, ler, pintar, comer, beber, dormir, conversar, silenciar, bronzear, nadar, preguiçar, recuperar... Tudo em muito boas e grandes doses.
Já sei que a fadinha do lar que há em mim não vai de férias mas pode ser que só queira a minha companhia em doses q.b.
No regresso espero vir recuperada de corpo e alma.
Aos que por aqui vão passando - com algumas, ainda que poucas excepções - desejo umas excelentes férias.
Aos que aqui vêm de quem não gosto, desejo umas férias infernais de parque de campismo nos arredores de Lisboa de intermináveis filas para a banhoca, com os canos das casas de banho (duches e retretes) entupidos, sistemáticas faltas de água, os candeeiros a fundirem-se, as baterias dos carros a pifarem, os motores a deitar fumo nas filas para a praia, as geleiras a descongelar, uma nuvem a desabar em cima da tenda, muitas moscas, melgas e mosquitos resistentes ao repelente, chapéus de sol a levantar voo e a partirem-se, colchões de praia a furarem. Que as tiras das chanatas se rasguem, que engordem até às barrigas não caberem nos calções, que apanhem gripes, escaldões e insolações, que tenham indigestões, comam ovos com salmonelas, que tenham uma real caganeira provocada por uma feijoada estragada. Sei lá! Umas férias inesquecíveis!

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